A impressionante história de resistência dos Cristãos Ocultos do Japão – a conferência

Conferência:

Transmissão da Fé dos Cristãos Ocultos no Japão: Com a Cerimónia de “Osazuke” (batismo) no Seu Centro

No dia 2 de dezembro, a Embaixada do Japão promove a Conferência “Transmissão da fé dos cristãos ocultos no Japão com a cerimónia de “Osazuke” (batismo) no seu centro”, a decorrer no Auditório desta Embaixada, em colaboração com os palestrantes vindos do Japão.

// Programa //

Abertura // Palavras de Abertura por:

OTA Makoto, Embaixador do Japão em Portugal

KOSO Toshiaki, S.J., Padre da Igreja de Santo Inácio em Tóquio, ex-Chanceler da Sophia School Corporation, e agraciado com a Ordem do Sol Nascente, a Estrela de Ouro e a Estrela de Prata em 2024.

// Vídeo de reprodução de Orasho (Oração)

// Palestra: ‘The Devotion to St. Ignatius among Hidden Christians and its significance’ – A Devoção a St. Inácio entre os Cristãos Ocultos e o seu significado.

Fr. Renzo De Luca, S.J., Diretor do Museu dos Vinte e Seis Mártires, Ex-Provincial da Província Jesuíta do Japão

// Mini-concerto de violino pelo violinista Junei Osako

// Palestra: ‘The “Akogi Road” as a Pilgrimage place and relic of the Hidden Christians faith’ – O Caminho “Akogi” – um local de Peregrinação e relíquia da fé dos Cristãos Ocultos.

Dr. KAKIMORI Kazutoshi, Diretor da ‘Akogi Hidden Christians Village’, Diretor da Associação de Investigação dos Cristãos Ocultos

Data e Hora: 2 de dezembro de 2024, às 18h30

Local: auditório da Embaixada do Japão – Rua Ramalho Ortigão – 51, Lisboa

Conferência proferida na língua inglesa.

👉 Entrada Gratuita com Inscrição Prévia (entrada limitada à lotação do Auditório)

Inscrição e mais informações: maria.jose.martins@lb.mofa.go.jp

Está preparado para viajar ao Japão?

Com o levantamento das restrições relacionadas com a pandemia, as viagens e turismo voltaram a ser um dos pontos altos do planeamento anual de todos nós. No caso do Japão como destino turístico, isso significou um aumento muito significativo de visitantes, pois reuniram-se duas condições extraordinárias:

  • por um lado, o Japão foi um dos países que realizou um fechamento de fronteiras a estrangeiros mais severo e mais longo, e que operou uma etapa de “entrada restrita” com mais controle, até Maio de 2023
  • por outro lado, a divisa japonesa – o yene – desceu tanto que está agora muito vantajoso para quem opera em euros visitar o Japão e fazer despesas em yene (um euro está 60 cêntimos de yene, para comparação antes estava 100 yenes para um euro, pois isso é quase metade)

O próprio Governo do Japão projetou um retorno aos níveis de turismo estrangeiro equivalente ao que era praticado em 2019 durante o resto do ano de 2023 e até à Primavera de 2024. Contudo, o crescimento foi bem mais rápido e volumoso, e as características dos fluxos de turismo a entrar no Japão são agora radicalmente diferentes daquilo que se previa.

Com o yene baixo e o efeito de “desejo” criado por um Japão fechado por mais de 3 anos, bem como o efeito retardado de décadas de “soft power” construído através de uma sofisticada estratégia de posicionamento no universo do entretenimento, multimédia, animação, videojogos e cultura popular, o que agora se assiste é a um fluxo misto de visitantes de idades mais jovens, não necessariamente conhecedores a fundo da cultura japonesa real, bem como de viajantes muito mais séniors, que passaram a ver a “viagem ao Japão” como uma necessidade de realizar o quanto antes (impacto psicológico da pandemia). Em ambos os casos, não se trata de viajantes que tenham tido a oportunidade de contatar com a cultura japonesa realisticamente, e as motivações para visitar ao Japão estão muito dependentes de uma expetativa de confirmação de ideias pré-concebidas, ou então de nenhuma ideia de todo sobre como é o Japão para além de ser uma nação “tecnologicamente muito desenvolvida”.

Ao longo do final de 2023 e sobretudo durante o ano de 2024, numerosos incidentes com turistas estrangeiros – particularmente ocidentais – desencadearam descontentamento popular no Japão, levaram à implementação de restrições de acesso ou reforço de enquadramento legal para a aplicação de multas, e refletiram-se também no acentuar de conflitualidade no relacionamento entre japoneses e estrangeiros de residência permanente (e que por isso foram vítimas de xenofobia, por serem equivocamente confundidos com turistas do mesmo tipo daqueles que causaram os problemas).

Situações como pontapear os veados do parque de Nara, puxar as mangas de kimono a maiko e geiko e forçar estas profissionais a parar para posar em fotos na rua, comer em locais nos quais isso é proibido, não pagar contas em bares de luxo, danificar partes de habitação em alojamentos, inundar de lixo indevidamente disposto (no caixote errado ou fora do caixote) muitas zonas urbanas e mesmo alojamentos, provocar uma sensação de insegurança e “assédio por ruído” aos residentes de certos bairros em cidades que são avassaladoramente visitadas por turistas, são apenas alguns exemplos dos problemas que saltaram para o campo do noticiário. O uso excessivo – por parte dos turistas – dos transportes públicos urbanos e ainda por cima com bagagens que são consideradas “volume grande” para os japoneses, ao ponto de os trabalhadores e estudantes se verem impedidos de os usar para a comuta diária, foi um dos temas quentes nas assembleias municipais de muitas cidades, a começar por Kyoto, onde associações de moradores pediam a restrição de uso ou medidas que os compensassem. Outros episódios infelizes poderão eventualmente ser desprezados pelo público ocidental, que não os considera danosos em si mesmos, mas causaram profunda consternação no Japão, como por exemplo fotografar as crianças pequenas ao fazer o percurso casa-escola com as suas adoráveis fardas de escola, ou então criar aglomerado de pessoas em certos pontos em que as vistas do Monte Fuji são particularmente famosas (efeito da viralidade de certos posts em redes sociais e do fenómeno de imitação à escala global).

Assim, a necessidade de introduzir a formação no planeamento de uma visita ao Japão, nomeadamente através de conteúdos especificamente pensados para potenciais visitantes ocidentais, torna-se ainda mais pertinente. Pretendendo ser parte da solução, o nosso Projeto cultural e pedagógico tem estado a ministrar cursos de preparação para os viajantes que pretendem visitar o Japão em 2025, em contexto de “visita cultural”. A formação consiste em recursos pedagógicos em video-apresentação pré gravados, aos quais têm acesso de consulta ao seu próprio ritmo, e também de uma série de reuniões online em direto e com o objetivo de nos focarmos em tópicos de discussão e análise. Ao longo desta formação, os viajantes ficam a conhecer a história, cultura e arte do Japão, e obtêm mais informações sobre os locais que vão visitar, mas obtêm também conhecimentos específicos em:

  • leis e outras normas do código japonês que têm impacto na experiência do viajante, que se traduzem em potenciais consequências para o turista que as desconheça ou que afetem a forma como se planeia e executa a viagem;
  • considerações de etiqueta e boa educação, na perspetiva japonesa, para o turista estrangeiro saber comportar-se em contextos reais e típicos de viagem, como por exemplo nos estabelecimentos de restauração, nos alojamentos e nos meios de transporte;
  • tudo o que tem a ver com dinheiro, câmbio, moedas e notas, taxas e cobranças em reservas e sem reservas, despesas em divisa ou cartão, pagamentos, dívidas, juros, etc;
  • Formação prévia para participação num evento relacionado com a Cultura do Chá do Japão, quer seja uma aula, workshop ou simplesmente um evento de Cerimónia do Chá, explicando desde a história desta cultura até à forma como o participante-convidado é co-autor desse momento e portanto deverá comportar-se de um certo modo;
  • Formação em “língua japonesa para viajantes”, num módulo prático e com um mínimo de 10 sessões em direto com professor de língua japonesa;
  • outros conteúdos em preparação.

Estes e outros módulos continuarão a ser disponibilizados aos nossos alunos, professores, colaboradores e membros beneméritos durante os meses de Novembro e Dezembro de 2024 e em Janeiro de 2025, e serão progressivamente mais práticos em aproximação dos preparativos para os programas de “visita cultural ao Japão” de 2025. Irão focar-se também em conteúdos relacionados com “o que levar na mala e o que não levar na mala”, “orientações sobre saúde: seguros, medicação, o que pode e não pode fazer entrar no Japão, e como usar os serviços de saúde em caso de emergência”, entre outros.

Todos os conteúdos são de acesso livre e gratuito para os membros beneméritos do nosso projeto cultural e também para os viajantes em preparação para qualquer um dos programas de “visita cultural ao Japão” de 2025.