Ganhe um exemplar do livro “Hikari”

“À Conversa com…” é uma série de conversas entre Inês Matos e outras pessoas que, no Japão ou em Portugal, têm desenvolvido um trabalho relevante nas áreas de Arte, Turismo, Ensino ou Cultura.

No vídeo de hoje: Pedro Medeiros, fotógrafo.

Conversámos sobre a exposição (e livro) “Hikari”, um trabalho que o Pedro desenvolveu durante o tempo que morou no Japão.

Se quiser receber em casa este livro, por favor submeta este formulário devidamente preenchido: https://forms.gle/euRrgHH3ijc1YRyu8

Se não conseguir aceder ao formulário, solicite acesso alternativo, por email: umlongoveraonojapao@gmail.com

Por favor note que não podemos receber inscrições de nenhum outro modo, só mesmo através deste formulário.

Nasu Onsen – exclusivo Novembro 2021

Nasu Onsen, um centro de termas naturais localizado nas montanhas de Tochigi, já nos despertava o interesse há muito tempo, mas ainda não tínhamos tido a possibilidade de assegurar uma passagem por lá. Contudo, finalmente, este ano conseguimos aceder ao competitivo mercado de leilões de vagas, o que atesta bem a popularidade e qualidade desta Onsen!

Ao longo de todo o ano, as águas vulcânicas e a natureza luxuriante da floresta abençoam o corpo e alma de quem ali se banha. Nas onsen, quem entra cansado sai restaurado das suas forças, quem entra mal-disposto sai com ânimo e optimismo. Esta é a cultura tradicional do Japão.

Todos os anos, depois do Ano Novo Lunar (que este ano foi a 12 de Fevereiro) e antes do fim de Março, faz-se a primeira fase de leilões para as Onsen de maior prestígio, apenas para consultores pré-selecionados pelas organizações que regulam o sector, de modo a assegurar que a maior percentagem de estadias é atribuída a visitantes que sabem comportar-se nestes ryokans e que realmente desfrutam da cultura tradicional japonesa. As vagas para Novembro são as mais cobiçadas, e portanto mais difíceis de conseguir. Mas, este ano, tomámos a iniciativa de tentar, com o objectivo de recompensar aqueles/as que nos seguem, levando-os/as às termas mais antigas do país do sol nascente. Com efeito, Nasu Onsen, praticamente um enclave nas montanhas, já era famoso pelas propriedades das águas termais no século VIII, pelo que o seu uso regular por monges budistas e outros líderes espirituais deverá ser muito mais antigo. Inicialmente as águas quentes de origem vulcânica eram consideradas sagradas, com a propriedade de “aliviar” as possessões demoníacas que afligiam as pessoas e que se manifestavam na forma de dores e outras enfermidades. Depois, as onsen tornaram-se populares entre viajantes, e por maioria de razão ali naquela zona, porque tem estradas de montanha (caminhos de pé posto e para bestas de carga). E, por fim, na “idade média” do Japão, as onsen já eram um dado adquirido na vida de qualquer pessoa, pese embora o acesso aos ryokans ficasse limitado a quem os podia pagar. Com o período Edo, e a regulamentação da propriedade do solo e do edificado, estabeleceram-se as “dinastias” familiares de exploração dos ryokans com onsen. Em poucos anos deixaram de existir onsens “selvagens” e todas passaram a ser exploradas por estabelecimentos regulados, nos quais se oferecia também estadia e refeições. A maior parte dos ryokans do Japão que têm onsen vulcânicas naturais nas suas propriedades conseguem fazer recuar ao período Edo a sua linhagem familiar.

A tonalidade azulada da água é absolutamente natural e provém dos minerais que saem das profundezas da terra, já que estas termas são de águas vulcânicas. Por isso mesmo, a tonalidade pode mudar ao longo do ano. O contraste entre o azul da água e o vermelho das folhas é muito apreciado no final de Novembro. As folhas de ácer tingem as montanhas de ocres e rubros, e caem suavemente nos lagos vaporosos. Esta é a experiência da sensibilidade japonesa.

Assim, é com muita alegria que anunciamos aqui que temos a possibilidade de integrar 5 sortudos ou sortudas no programa curto de visita ao Japão em Novembro. *

*O programa longo, de 21 dias, pode ser consultado aqui no blog também. O programa curto é de 12 dias. Para ambos os programas só são elegíveis membros do Clube Privado do Projecto Cultural e Pedagógico que tenham aderido antes de Setembro de 2021.

Em seguida vamos apresentar algumas fotos do alojamento que garantimos na Nasu Onsen (há muitos ryokans incríveis nesta zona!). Nesse alojamento poderemos contar com 3 quartos de tamanho grande, cada um deles com duas camas “queen size”. A ocupação de cada quarto deverá ser 2 pessoas apenas. Para um mesmo quarto terão de ser pessoas do mesmo género. Cada um dos quartos tem uma pequena varanda com zona de descanso e vista para o jardim interior do ryokan. No quarto existe wc completo e todas as amenidades. Cada quarto tem acesso directo ao lago interior, natural, de água vulcânica, exclusivo para hóspedes. O acesso a outras onsen, tanto no ryokan como fora, podem estar sujeitos a horários específicos, mas com o acesso directo do quarto não há restrições. O ryokan providencia o pequeno-almoço e o jantar, ambos ao estilo “Washoku” (alta gastronomia tradicional).

A estadia em Nasu Onsen será entre uma terça-feira e uma quinta-feira, pelo que se espera que a região não esteja demasiado apinhada de visitantes, o que habitualmente ocorre aos fins-de-semana. Esta é uma zona onde os próprios japoneses costumam ir às termas e para fazer caminhadas nas montanhas, e o mês de Novembro é o pico da actividade.

Em relação ao resto do programa em que esta experiência está inserida, é um programa focado nos aspectos da cultura tradicional japonesa, com muitos percursos urbanos e de natureza, que começa em Tokyo a 21 de Novembro (saída de Portugal a 20, sábado) e que, depois da passagem por Tochigi, prossegue para Fuji, Kyoto, Nara, e Osaka. Na totalidade, são 12 dias no Japão, com regresso a 2 de Dezembro (quinta). Portanto é o ideal para quem só tiver duas semanas de férias, contando com os últimos 2 dias para recuperar do jet-lag.

Este não é um pacote de turismo, não se trata de venda de viagem e não usamos intermediários nem agências de viagens. Caso seja profissional do sector, queira por favor considerar a sua não elegibilidade para este modelo de visita ao Japão. Aqui no Projecto estamos realmente interessados apenas em proporcionar visitas culturais para os que nos seguem, usufruem dos nossos cursos ou de algum modo estão ligados aos estudos japoneses. A existência de serviços de consultoria neste programa é facultada a custo zero, pelo que o critério de selecção de viajantes é muito restrito. Os profissionais, agências, influencers ou outros que requisitem serviços de consultoria, não beneficiarão das mesmas condições, e terão de se sujeitar ao preçário regular de prestação de serviços.

Estamos ao dispor para esclarecer aqueles que estiverem interessados em saber mais. Para isso basta enviar email para umlongoveraonojapao@gmail.com.

Um recanto fora do tempo

Murin-an, em Kyoto, é um jardim mas também é uma casa no meio desse jardim, é o espaço da propriedade e tudo o que alberga, mas não seria exagero dizer que é também o espírito de ancestralidade japonesa cristalizada. A belíssima habitação, que data de 1848, é apresentada pelos anfitriões, versados em artes tradicionais como a Cerimónia do Chá, a Arte dos Jardins, e o Kitsuke (o saber vestir aplicado ao kimono). O espaço é gerido pelo governo municipal de Kyoto e existe um programa de actividades culturais muito selecto ao longo do ano. As vagas são limitadas e os participantes têm de se candidatar com vários meses de antecedência, sendo ainda assim escrutinados minuciosamente. O espaço pretende proporcionar o verdadeiro enaltecimento da alma, o aumento da nobreza do saber e do refinamento. Não é o Murin-an que precisa dos visitantes, somos nós que precisamos dele. Ali, a natureza avassaladora do jardim preenche tudo: a vista, o espaço, a mente. E a escala redimensiona-se dentro e fora do ser. O ego desaparece, algures entre um golo de chá ou uma conversa de voz suave sobre o modo de atar o obi.

A partir de 2020, o Murin-an estará acessível a quem nos procurar para serviços de consultoria para planeamento de viagem, na qualidade de uma das nossas experiências de Turismo Imersivo. Apresentamos aqui algumas das fotografias que nos foram gentilmente cedidas.

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Pode sempre contar com…

O Site Japantravel continua a publicar os nossos guias e reportagens no Japão. Aproveite para ler estes artigos, que estão em acesso livre, e diga-nos que outros temas gostaria de ver abordados.

O artigo mais recente é dedicado ao assunto “Porta para o Monte Fuji”, e partimos da cidade de Mishima para lhe explicar como desfrutar das melhores vistas e actividades em volta do Fuji-san.

Clique aqui para ser redireccionado para o artigo.

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Uma experiência diferente…

Desde 2013 que ajudamos portugueses a conhecer o Japão e japoneses a conhecer Portugal, mas este ano realizámos pela primeira vez uma viagem em parceria com duas agências portuguesas: a Landescape e a WeGoAdventures.

Em resultado dessa parceria, proporcionámos a um grupo de viajantes portugueses uma série de experiências de turismo imersivo, ao longo de duas semanas.

Aqui ficam alguns dos registos fotográficos.

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Os rostos e os rastos que (n)os ligam

A grande-história e a pequena-história têm formas muito interessante de se relacionarem, e muitas vezes é um singelo “fio” que puxa pela meada, até percebermos quantas pessoas e lugares diferentes estão envolvidos. Este será por isso um post invulgarmente longo, e também invulgarmente pessoal, feito de gratidão e de maravilhamento. Pois, também na produção da ciência (conhecimento) há a felicidade, de vez em quando, de sentir em primeira mão essa conexão entre as vontades de pessoas espantosas.

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Num dos nossos Clubes de Leituras do Oriente (o de Novembro de 2017, que podem revisitar aqui) tratámos o livro “O Samurai”, de Shusaku Endo. A obra foi escolhida depois de, numa edição anterior do Clube, termos trabalhado o livro “Silêncio”, que foi escrito antes de “O Samurai” e que, apesar de ficar famoso em Portugal depois do filme, continua pouco compreendido no geral. No livro “O Samurai”, a personagem principal é modelada a partir dos eventos da vida de uma personagem histórica real: Hasekura Tsunenaga. Este vassalo do Senhor Feudal Date Masamune (o daimyou de Sendai) e toda a sua comitiva estiveram efectivamente envolvidos numa daquelas viagens épicas da história da humanidade. E, ao prepararmos os conteúdos para essa sessão, um outro livro e um outro conjunto de pessoas veio ao encontro deste Projecto Cultural e Pedagógico também. O que é espantoso, e ainda mais por ser autêntico e actual, é que esse conjunto de pessoas são indivíduos de hoje, numa terra a umas meras 5 horas de carro, e que são directa e geneticamente relacionados com os eventos que inspiraram Sgusaku Endo a escrever “O Samurai”. Aliás, se o escritor tivesse tido disto conhecimento creio que teria escrito mais um livro…

Quando a “Embaixada Keichou” finalmente chegou a terras de Espanha (para se informar da viagem completa consulte aqui) , em Outubro de 1614, foi numa pequena povoação chamada Coria del Rio que estacionaram durante alguns dias, antes de uma entrada formal na cidade de Sevilha. E é precisamente em Coria del Rio que, nos anos 80 do século XX, começa a tomar forma um movimento de associativismo cívico – primeiro muito informal e depois com cada vez mais apoios do município, entre todos os habitantes que têm no seu nome de família o apelido “Japón”. Sim, com efeito a pequena localidade que dava entrada aos meandros do rio (via obrigatória para chegar a Sevilha), desenvolveu-se durante 400 anos sem perder a ligação àquela comitiva: os seus descendentes sempre mantiveram o sobrenome “Japón”.

A Associação que entretanto de formou estima que existam mais de 1000 pessoas com “Japón” até ao 3º nível de parentesco, e existem registadas mais de 500 com “Japón” em nome próprio ou num dos pais. A abundância de pessoas que têm “Japón” da parte do pai e também da parte da mãe comprova ainda mais o facto de, em Coria del Rio, existir uma circunstância peculiar de ascendência japonesa que se foi mantendo. Do ponto de vista da identidade cultural dos habitantes de Coria del Rio isso também é notório, desde já porque a sede de governo local tem a bandeira do Japão hasteada, e também porque há muitos outros marcadores do espaço público e eventos culturais que remetem para o Japão. Mas tudo isto foi um processo, longo aliás, já que dura há pelo menos 30 anos de forma organizada. E, mais recentemente, em 2014, foi realizado um projecto artístico, focado na fotografia/retrato, para documentar todas as pessoas com o apelido “Japón”.

Essa exposição fotográfica poderia ter ficado apenas em Coria del Rio, ou quanto muito ter chegado em forma de relato ao Japão, já que há muitos japoneses que visitam a localidade espanhola devido a esta história que os liga. Mas, também neste caso, a sinergia não cessou. A energia desta viagem épica do século XVII ainda se sente no modo como os encontros se multiplicam e as iniciativas se sucedem.

Na bela cidade alentejana de Vila Viçosa pode também sentir-se o impacto da passagem de uma embaixada japonesa daquele período histórico, que aliás precedeu a de Kenchou a Espanha. No caso da Embaixada Tenshou – a que passou por Portugal – as circunstâncias foram muito diferentes, e não houve lugar a descendência que se saiba. Contudo, tal como no caso de Coria del Rio, estas embaixadas tiveram um grande impacto e deixaram vestígios documentais que, já no século XX/XXI, vieram a ser “redescobertos” por intelectuais interessados e de visão larga. Assim, os livros produzidos, habilmente redigidos e divulgados junto da população em geral, permitem aos leitores de hoje, e sobretudo aos habitantes destas localidades, ter uma impressão directa do papel que o lugar onde vivem representou na chamada “Primeira Globalização”.

A exposição de fotografias de Coria del Rio chegou ontem a Vila Viçosa, e foi inaugurada com um evento muitíssimo bem organizado e extraordinariamente relevante nas relações entre a Península Ibérica e o Japão. A pequena sala de rés-do-chão do Cine-Teatro Florbela Espanca em Vila Viçosa foi efectivamente o lugar onde se realizou o evento cultural, pedagógico e académico mais significativo do último ano no que diz respeito às relações de diplomacia informal ibero-nipónicas, embora a humildade dos seus protagonistas e a singeleza dos seus organizadores tenham possivelmente distraído o público desse facto.

 

A Exposição “El r@stro del samurái” poderá visitar-se todos os dias da semana e do fim-de-semana, das 14h às 18h, gratuitamente. O catálogo da exposição está também disponível para venda, tendo o PVP de 15 euros, e os fundos revertem para a Associação de habitantes de Coria del Rio com o sobrenome Japón, sendo esses fundos actualmente usados para financiar investigação e promover eventos de interculturalidade.

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Tiago Salgueiro, autor do livro “Do Japão para o Alentejo”, sobre a passagem da Embaixada Tenshou por Vila Viçosa, aqui a apresentar a documentação do arquivo da Fundação Casa de Bragança.

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Professor Doutor Juan Manuel Suárez Japón, membro de grande relevo na Associação Hasekura, aqui a apresentar as circunstâncias únicas de Coria del Rio no que diz respeito à sua relação com o Japão e os japoneses. Com efeito, devido às publicações desta Associação, as quais têm sido feitas em modo bilingue (também japonês), verificou-se um aumento do fluxo de visitantes japoneses, algo que estreitou significativamente as relações internacionais da localidade e trouxe grande satisfação aos “japónes” de Coria.

Convidamos todos os seguidores deste blog a conhecer esta exposição e também a realizar a visita ao Paço Ducal de Vila Viçosa, seguindo os passos da embaixada japonesa que o visitou há quase meio milénio. O estabelecimento de uma geminação entre o município de Coria del Rio e o de Vila Viçosa fazem prever um futuro brilhante para a cooperação entre estas duas localidades no que diz respeito à gestão do património cultural relacionado com o Japão – que é o factor que mais as aproxima – pelo que as relações ibero-nipónicas podem ter aqui um novo fôlego. Nós esperamos que sim, e teremos muito gosto em documentar as próximas iniciativas!

(Para efeitos jornalísticos, se desejar aceder a mais fotos e vídeos deste evento, queira por favor contactar umlongoveraonojapao@gmail.com)

 

 

Komorebi

Arashiyama - Kyoto - photo by Ines Matos (C)

O bosque de bambu em Arashiyama, Kyoto.

Foto original de Inês Carvalho Matos. Todos os direitos reservados. 

 

No próximo sábado, 6 de Outubro, às 18:30h, inauguramos uma pequena mostra fotográfica no Atlas Hostel Leiria.

Este espaço de alojamento e cultura convidou-nos a enriquecer a decoração do bar e salas comuns com fotografias do Japão, convite esse que aceitámos com muito gosto.

A exposição, intitulada “Komorebi”, consiste num conjunto de instantâneos sem edição/pós-produção, e propõe regressar à experiência original da viagem: a curiosidade.

Komorebi, que também é o título de uma das fotografias, é uma expressão japonesa com difícil correspondência para a língua portuguesa: o termo designa a impressão particular da luz do sol a ser filtrada pelas folhas das árvores, criando uma penumbra que renova os sentidos e por isso tem impacto tanto no corpo como na alma.

As fotografias estarão expostas durante, pelo menos, todo o mês de Outubro, mas apenas no sábado existirá oportunidade de conversar com a autora.

 

atlas hostel leiria mapa

 

 

 

Memórias de uma viagem…

A partir de 30 de Setembro, já na próxima sexta-feira, a Casa das Artes Bissaya Barreto recebe a exposição “Denrai: O Legado”, um conjunto de 16 fotografias que propõem uma reflexão sobre a relação entre Portugal e o Japão.

Desde já convido a conhecerem os lugares onde as fotografias foram recolhidas:

Mapa com a localização das 16 fotografias da exposição “Denrai: O Legado”.

Acesso alternativo:

https://drive.google.com/open?id=1TcI55PzLB3nMlZys9LICsqU7yjM&usp=sharing

Fotografias do Japão

Eu levo as imagens a sério. Não só porque a minha formação de base é história da arte, mas também porque tenho tido a sorte de expor as minhas próprias fotografias do Japão e até de publicar algumas. Por isso procuro sempre avisar alunos e outras pessoas com as quais o meu trabalho se cruze da necessidade de ter em conta os direitos dos autores e dos editores, sejam eles amadores ou profissionais. Todas as imagens, publicadas em redes sociais, sites, blogues ou qualquer outro suporte, existem porque uma pessoa as criou. Já tive alunos que, candidamente, usaram imagens que não eram suas em cartazes, em apresentações de vídeo que depois colocaram na internet, e isso não seria um problema se fossem imagens que se podiam de facto usar livremente. Mas lá porque uma imagem aparece no motor de busca do google isso não quer dizer que seja para qualquer um se apropriar sem sequer informar quem é o seu autor ou de onde foi buscá-la!

Para quem gosta da cultura japonesa ou simplesmente precisa de usar imagens sobre a mesma, recomendo duas maneiras de o fazerem. A primeira é usarem as opções de busca do próprio google, seleccionando não só as palavras associadas às imagens mas também que querem os resultados filtrados pela licença de “uso com alterações”. Deste modo irão obter muitas opções (conforme as palavras de pesquisa que introduziram) mas estará salvaguardado que não se apresentam as imagens que, devido aos direitos do seu autor, não podem mesmo usar-se ou partilhar-se sem pagar direitos. No exemplo em baixo mostro o processo de busca de uma imagem para o tema “Chanoyu” (Cerimónia do chá).

instruções busca de imagensAs imagens obtidas através deste método garantem a quem as usa que não está a cometer uma infracção legal, mas ainda assim é preciso saber como apresentar a autoria e a fonte. Na sua maioria são imagens que estão incluídas em artigos da Wikipédia, pois nesta usa-se o registo Creative Commons (CC), no qual uma imagem pode ser usada livremente desde que seja para propósitos pedagógicos e culturais sem fins lucrativos Por exemplo, tenha-se em conta a primeira imagem que me apareceu ao fazer esta busca. Ao clicar nessa imagem fico com uma versão isolada da mesma, ao lado da qual se surge a hipótese de abrir a imagem numa nova janela ou de ir para a página onde esta se encontra. Devem ir para a página onde a imagem está publicada para tentar perceber como podem indicar o autor e a fonte.

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De acordo com a descrição da imagem, trata-se de uma reprodução de uma pintura japonesa, a qual surge num livro. A pessoa que fez a digitalização da imagem para a introduzir na Wikipédia também está identificada, mas nem esta pessoa nem a Wikipédia detêm direitos sobre esta imagem. A imagem pode ser legendada “Reprodução de Pintura”, e nesse caso deve indicar-se a fonte ( Piccola enciclopedia del tè- Kitti Cha Sangmanee, Milano, 2001) o autor da pintura (Toshikata) e o local onde a mesma se encontra exposta ou guardada (Museu Victoria & Albert, Londres). Mas, para ser ainda mais correcto, quem usa a imagem deverá verificar se nem o autor nem a instituição que possui a obra original reclamam direitos também sobre as suas reproduções (o que não é raro).

Um outro método para encontrar imagens é servir-se de uma base de dados que já tem filtros seguros sobre os direitos de uso das mesmas. O site em baixo é um dos exemplos. Trata-se de um site intitulado “All free download” mas mesmo assim é preciso filtrar a pesquisa e ter em atenção que não se está a escolher uma imagens que foi colocada entre os resultados como forma de publicidade a outro site ou outro banco de dados. Na minha pesquisa usei apenas o termo “Japan”, e obtive imagens fabulosas. Ao seleccionar qualquer uma delas irá aparecer a informação do local, autor, data da fotografia, características técnicas da câmara, etc. Esses dados devem ser apresentados quando se faz uso de uma imagem, bem como o website, o termo de pesquisa e a data da consulta.

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No caso desta imagem (em cima), temos a indicação do autor com um link. Ao seguir esse link vamos para a página deste autor (ver em baixo) noutro site.

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Ficamos portanto a saber que o autor se chama David Mark, uma informação que não aparecia no site “All free download” mas que é importante para o creditar devidamente.

Aqui estão alguns dos resultados da pesquisa em http://all-free-download.com/free-photos/japan.html (sugestão: vão ao site ver as especificações e treinar a busca de informação para creditar os seus autores).