Lições do Japão

Neste momento o mundo enfrenta uma pandemia inédita. O Covid-19 é uma doença nova, sobre a qual ainda há muito que não se conhece e infelizmente já trouxe grande sofrimento a muitos de nós. Respeitamos os que, com bravura, cuidam da nossa saúde, alimentação, segurança, gestão pública, e também de todos os que continuam a produzir arte e cultura para alimentar a mente e o coração. Durante vários dias, ponderando se deveríamos criar um post para este blog, colocou-se a questão “como fazer a diferença pela positiva?”. Com efeito, não faz sentido agora mostrar as experiências em viagem, porque as viagens desta Primavera estão suspensas. Também não podemos mostrar as aulas, workshops, cursos e exposições, porque também isso ficou adiado por tempo indeterminado. Podemos sim contribuir com um pouco de sabedoria e conhecimento no sentido de procurarmos todos proteger-nos o melhor possível. Há um lugar para onde nos voltamos sempre: o Japão. E por isso voltámos a essa premissa inicial, a essa fonte de inspiração, para criar este artigo. Esperamos que gostem e que estejam bem, se possível em isolamento social ou quarentena, para que o futuro venha a ser melhor do que o presente.

 

1.  A cultura de não tocar no rosto

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No Japão a etiqueta de comportamento correcto para cada situação tem, mesmo nos dias de hoje, uma grande importância. De modo geral, podemos dizer que na sociedade japonesa há mais consciência sobre o gesto, e sobretudo sobre a sequência de gestos e suas repercussões. Por exemplo, se um cliente ou consumidor de um estabelecimento vir que o funcionário da loja toca muito no seu próprio rosto, vai evitar pegar os artigos expostos para venda naquela loja, porque vai recear que estejam tocados pelo funcionário. A resposta é imediata, digamos que nem sequer é consciente, mas por trás da atitude está a consideração implícita de que poderão ter vestígios de suor, saliva, ou outros fluídos, e por isso não seria higiénico.

Para ambos os géneros, homens e mulheres, tocar frequentemente no rosto ou cabelo, é considerado inapropriado. Se feito em demasia dá a impressão de alteração de estado de espírito, ansiedade, nervosismo, e por isso é indicador de fraqueza de carácter. Tocar frequentemente na cara, como se não pudesse ter controlo sobre esse “tique” é portanto algo que diminui a credibilidade de uma pessoa. É algo tão profundamente imbuído na cultura que, desde cedo, as crianças aprendem a limitar o gesto de tocar no rosto.

As mulheres japonesas têm esta regra de “não tocar no rosto” como um mandamento rigoroso. As geixas e maikos dão-nos uma ideia do quão complicado é fazer a maquilhagem tradicional japonesa, a que seria usada por senhoras dessa ocupação mas também – em versões semelhantes – pelas damas de boas famílias. O gosto por uma pele branca de porcelana, lisa e imaculada, fez as japonesas apreciarem sempre os cremes de branqueamento do rosto e o hábito de não tocarem na cara. As mães japonesas do século XX habitualmente davam uma pequena palmada na mão das suas filhas adolescentes se as viam a coçar a cara ou apertar uma borbulha, para as desabituar desse gesto.

Quando o desconforto do rosto aumenta, especialmente no Verão, porque o calor e humidade provocam suor, os japoneses usam um lenço de bolso ou uma pequena toalha para absorver a humidade e apaziguar o desconforto, sem fricção na pele. Este modo gentil cria, de modo natural, muito menos contactos entre a mão (dedos) e o rosto directamente. De modo indirecto isso reduz também a quantidade de vírus e bactérias que colonizam o rosto ou que podem causar infecção por via das mucosas ou das vias respiratórias.

Apaziguar o estado interior, ter plena consciência de todos os movimentos do seu corpo, controlar todos os gestos, é uma parte fundamental de várias artes tradicionais japonesas, desde as artes marciais do Bushido até à Cerimónia do Chá, passando pela meditação zen e muitas outras práticas. Há uma certa “familiaridade” entre todas elas, e que também se manifesta de modo prosaico nas coisas do dia a dia, simplesmente porque faz parte da educação das pessoas aquando da sua socialização, primária e secundária.

 

2. As máscaras

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No Japão o uso de máscaras para o rosto é muito mais corriqueiro que no ocidente. Por terras de sol nascente as máscaras podem servir vários propósitos e há tantas variedades que as possibilidades são quase infinitas. Heis algumas das situações em que é perfeitamente banal usar máscaras de rosto no Japão, e o tipo de máscara que se usa:

Cenário A

Homem jovem acorda com ligeiro desconforto na garganta. Ao abrir a janela para iluminar a casa respira o pólen das árvores em frente da casa e espirra imediatamente. Habitualmente sofre de “kafunshou”, ou alergias de Primavera, por isso vai logo buscar as suas máscaras habituais, que tem sempre em casa. São muito confortáveis porque duram o dia inteiro, são feitas de fibras sintéticas, em várias camadas, e o exterior é branco, monocromático. Como a camisa que tem de usar para o trabalho é também branca, esse tom sóbrio é o melhor. Usa-as logo ao sair de casa porque vai apanhar o metro e não quer espirrar para cima das outras pessoas. Se espirrar várias vezes ao longo do dia terá de substituir a máscara provavelmente, por isso leva outra na mala.

Cenário B

Mulher jovem acorda um pouco atrasada de manhã. Depois de se arranjar para sair verifica que já não tem muito tempo para arranjar o cabelo e a maquilhagem, o que a incomoda muito. A empresa onde trabalha, como é regra no Japão, exige código de vestuário e apresentação, por isso tem mesmo de conseguir arranjar-se convenientemente antes de entrar no trabalho. Felizmente o local onde mora fica a meia hora de comboio do trabalho, e durante as primeiras estações o comboio costuma estar pouco cheio. Sabe que é contra o regulamento da companhia de transportes fazer a maquilhagem no comboio, mas desta vez vai ter de o fazer, já que não terá tempo de se arranjar em casa. Não precisa de ficar absolutamente perfeito, já que na empresa pode ir à casa de banho arranjar-se melhor. Mas tem de ser o suficiente pelo menos para colocar maquilhagem nos olhos, já que o resto pode tapar com uma máscara simples de pano branco. Coloca então tudo o que precisa na mala, a máscara no rosto e sai para a rua. Irá com a máscara todo o caminho até à empresa. Ninguém irá estranhar nada porque as pessoas costumam usar máscaras pelos mais variados motivos. Em ocasiões anteriores já usou por ter uma borbulha na face que não queria que vissem.

Cenário C

Rapaz adolescente regressa a casa muito tarde, vindo do centro de explicações. Está muito mais frio do que pensava e nem sequer levou o casaco porque se esqueceu dele na escola. Durante o caminho para casa, que faz de bicicleta, começa a chover. Ao chegar a casa, encharcado, vai logo tomar um banho quente, mas mesmo assim no dia a seguir tem uma constipação. É só um ligeiro corrimento nasal e garganta dorida, mas mesmo assim tosse de vez em quando. Antes de sair de casa verifica se tem febre. Segundo o regulamento da sua escola, se tiver febre superior a 38 graus não pode ir, mas desde que a febre seja baixa não tem dispensa das aulas. Como tem apenas 37 graus, nem sequer se qualifica como febre, e então coloca no bolso duas máscaras azuis baratas, daquelas que se compram na loja de conveniência, e vai colocando uma enquanto sai de casa. Vai ter de usar máscara todo o dia, inclusive nas aulas. Mas até não é mau, porque os professores costumam ser mais benevolentes quando vêm os alunos com máscara. Assumem que estão constipados ou com alergias e que os medicamentos que estão a tomar dão sonolência, por isso não se importam quando eles adormecem nas aulas. Hoje vai aproveitar para dormir nas aulas da manhã.

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Em qualquer uma destas 3 situações, nenhuma das máscaras usadas tinha qualquer efeito na prevenção efectiva de vírus e bactérias. Embora seja possível comprar máscaras com capacidades mais “médicas”, a verdade é que a maioria daquelas que se usam servem apenas para barrar a projecção de gotículas ou poeiras, e sobretudo ocultar a face. A ocultação da face, através do uso da máscara, pode até ser assumida de modo decorativo, através do uso de máscaras bonitas, personalizadas, em sub-culturas de moda como a “lolita” por exemplo. As jovens japonesas, que cultivam o ideal de “aparência de extrema timidez”, escolhem muitas vezes usar máscaras para expor o menos possível o rosto, e consequentemente ocultar a manifestação clara das suas emoções através da expressão facial. Esconder, ocultar, tapar, é um traço apreciado na cultura japonesa, por oposição às ideias ocidentais de mostrar e exibir claramente o rosto e todas as expressões emocionais. Um rosto descoberto na sua totalidade, com uma expressão franca e desinibida, olhos bem abertos, boca que se articula sem vergonha, tudo isso que é visto na cultura ocidental como franqueza e autenticidade, é na cultura japonesa algo desconcertante, que pode inclusivamente tornar o interlocutor (japonês) muito desconfortável.

Por ser algo banal, o uso da máscara no Japão não assusta ninguém, não transmite a sensação de perigo de saúde pública. E também por ser banal, há em abundância nas lojas e toda a gente já tem algumas de reserva em casa. As pessoas podem usar máscaras que eventualmente pouco ou nada eficazes são contra um vírus como o COVID, mas pelo simples facto de as usaram já emitem menos projecção de tosse ou espirros para os outros, e tocam muito menos na face. Essas duas consequências são, por si mesmo, já algo benéfico para o controlo da viralidade desta doença.

 

3.  A entrada da casa

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Na arquitectura tradicional japonesa, do foro doméstico, existe um espaço específico na entrada denominado “genkan”. Este espaço foi tendo um modelo variável ao longo do tempo, mas algumas das suas características essenciais estiveram sempre presentes. O “genkan” fica sempre na entrada da habitação (seja ela familiar ou um alojamento que recebe hóspedes), estando num nível inferior em relação ao resto da habitação (é necessário subir um degrau para lhe aceder). Geralmente, antes do “genkan”, há um pequeno jardim com uma fonte de água, para lavar as mãos e o rosto. No jardim, junto à fonte, ou então na primeira parte do “genkan”, deve sempre haver esse espaço de limpeza e também uma fonte de luz/fogo. Antigamente o elemento luminoso assumia a forma de uma lanterna de pedra mas modernamente pode ser uma luz eléctrica. Nos apartamentos japoneses modernos, se o “genkan” não puder ter uma zona de lavagem, a entrada para o wc pode fazer-se lateralmente, antes de entrar no resto da casa.

O “genkan” tem duas funções essenciais: arrumar o que é da rua (e que se pega nesse lugar antes de sair e ali se guarda ao regressar), e arrumar os sapatos. Os movimentos das pessoas no “genkan” são executados de modo que o que é “da rua” nunca passe para o patamar de cima (acima do degrau), e o que é “de casa” nunca passe para o patamar de baixo. Os sapatos por exemplo, se são os da rua, não se tocam com as mãos, e os chinelos de casa não se descem. Esta maneira muito prática de dividir o que é de dentro e de fora, apurada ao longo dos séculos, é a disciplina mais eficaz para separar os germes exteriores do ambiente higienizado do interior. Se um apartamento tem menos espaço do que uma casa tradicional, o “genkan” pode ter menos espaço de arrumação para malas, casacos e sapatos, mas as funções são as mesmas.

Na fotografia acima, do lado direito, é possível ver uma sapateira. Junto à sapateira há um estrado de madeira no chão. Este estrado está apenas a poucos centímetros do chão de pedra, mas está efectivamente separado deste. Quando uma pessoa entra na casa, com chão de pedra, deverá descalçar os sapatos voltado para a sapateira, sem poisar os sapatos no estrado de maneira. O estrado de madeira serve para a pessoa estar de meias ou de pés nus, depois de se descalçar, enquanto coloca os seus sapatos nas prateleiras. A partir do estrado de madeira, a pessoa que acabou de entrar em casa passa para o degrau superior, onde calça os chinelos. Os chinelos já estão ali alinhados à espera da próxima pessoa que vai entrar.

No móvel que se pode ver em frente à sapateira, no lado esquerdo dessa mesma foto, podem guardar-se casacos, chapéus, e malas. Todas essas coisas devem poisar-se ali antes de tirar os sapatos e antes de entrar em casa. Normalmente coisas como loção de creme para mãos, um pequeno espelho, as chaves de casa, etc, também são deixadas nesse espaço.

A fonte, que na arquitectura tradicional fica junto à entrada e nos apartamentos modernos é substituída pela entrada lateral para um wc, complementa este modelo perfeito de higienização profilática, já que se lavam as mãos antes de entrar no lar propriamente dito.

 

4. Percepção de espaço pessoal, distanciamento, etiqueta

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Uma vez estando no Japão, e nas mais variadas situações, em contexto de interacção social, assumimos uma percepção de espaço pessoal que é muito diferente daquela que é mais comum no mundo ocidental, e especialmente nas sociedades de matriz latina, como é o caso de Portugal.

Como se pode ver nas fotos acima, que são representações realistas de eventos quotidianos, cada indivíduo tem uma “bolha” de espaço pessoal que é muito maior do que seria, por exemplo, em Portugal. Assim, esse espaço inviolável, não é penetrado levianamente. Possivelmente, apenas entre os membros da família próxima a “bolha” pode ser menor ou perto de zero. Mas, de modo geral, não há toque directo e nem sequer proximidade entre as pessoas. O espaço que está à volta de uma pessoa é variável conforme o tipo de situação, mas nunca é menos de 1m (do centro do corpo).

Quando os amigos se encontram para tomar um café e conversar, o amigo ou amiga que já se encontra no local cumprimenta com um aceno de mão junto ao corpo (como se vê em cima), ou com um pequeno aceno de cabeça (já que são amigos próximos), mas não com beijos, abraços ou “passou-bem”. Quando os amigos conversam no café estão sentados a uma distância de aproximadamente um metro, podendo estar directamente frente-a-frente ou ligeiramente de lado. Não é educado inclinar-se ou tocar no outro. Quando é preciso dar alguma coisa, seja para pagamento numa loja ou oferta de um presente, há um local para o fazer. No caso das lojas há um pequeno tabuleiro junto à caixa onde se coloca o dinheiro, este não é entregue em mão ao funcionário que está na caixa. Quando uma pessoa quer dar a outra o seu cartão com o cargo que exerce e os contactos, apresenta o cartão voltado para quem o está a receber, e toca-lhe o menos possível. Mantém os seus dedos nos dois cantos do cartão mais próximos de si, de modo que a outra pessoa peque o cartão pelos dois cantos que lhe estão mais próximos, sem que tenha de tocar onde o outro tocou. O pormenor poderá parecer excessivo numa descrição como esta, mas na realidade do dia-a-dia, estes gestos estão já muito naturalizados, e quando uma pessoa vive no Japão absorve estes comportamentos com relativa rapidez, verificando que são muito convenientes.

A saudação com vénia, que serve para “olá” e também para “adeus, até breve”, e que se pode ver acima entre duas senhoras junto à entrada de uma estação de transportes, também demonstram apreço e respeito, e uma verdadeira ligação entre as pessoas, sem que seja preciso qualquer tipo de contacto físico directo. Estas práticas conduzem a uma menor probabilidade de passagem de vírus e bactérias entre as pessoas, sendo esse um benefício indirecto mas muito bem vindo neste momento.

 

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Na data em que estamos a escrever este artigo, o Japão está também a sofrer os efeitos desta pandemia, como todas as outras nações, mas efectivamente demonstrou até à data um resultado estatístico muito abaixo daquilo que seria de prever dada a sua proximidade com a China e a Coreia, ambas gravemente afectadas. Apesar de ter uma população muito envelhecida e cidades onde a proximidade de pessoas em transportes públicos e locais de trabalho é inevitável, o Japão talvez esteja a usar a seu favor alguns dos elementos acima apresentados, pelo que a sua importância não deve ser subestimada.

Desejamos a todos os nossos leitores que se encontrem seguros, saudáveis e bem, e esperamos que possam olhar para o futuro com optimismo e esperança. Vamos procurar ajustar os conteúdos deste blogue às necessidades dos nossos tempos, e estamos também a publicar regularmente no nosso facebook .

 

 

 

Pode sempre contar com…

O Site Japantravel continua a publicar os nossos guias e reportagens no Japão. Aproveite para ler estes artigos, que estão em acesso livre, e diga-nos que outros temas gostaria de ver abordados.

O artigo mais recente é dedicado ao assunto “Porta para o Monte Fuji”, e partimos da cidade de Mishima para lhe explicar como desfrutar das melhores vistas e actividades em volta do Fuji-san.

Clique aqui para ser redireccionado para o artigo.

artigo mishima

 

Património Cultural da Humanidade: rituais de plantação do arroz no Sumiyoshi Shinji

ritual da transplantacao do arroz no festival sumiyoshi shinji osaka_dentro do santurario

Continuamos a criar reportagens de locais e eventos no Japão, de modo a poder ajudar os nossos leitores a conhecer o país do sol nascente através destes artigos, ou mesmo ajudá-los a planear a sua viagem ao Japão. Conhecendo melhor as características da sociedade, calendário de eventos e mesmo aspectos climáticos, cremos que poderá fazer escolhas mais acertadas quanto à melhor época e melhor itinerário para visitar o Japão. Acima de tudo, poderá escolher com pleno conhecimento, e planear de acordo com as suas preferências e prioridades.

Procuramos constantemente corresponder às preferências dos leitores, produzindo sempre artigos com o máximo rigor no que respeita à informação e à explicação da cultura japonesa. Nunca perdemos de vista que a nossa prioridade é o desenvolvimento dos Estudos Japoneses através da fruição cultural e de iniciativas pedagógicas, por isso há sempre uma forte componente educativa em tudo o que criamos.

Para além disso, procurámos recentemente apurar quais as preferências dos leitores, e mais exactamente qual o tema sobre o qual queriam saber mais. Uma sondagem na nossa página de facebook informou-nos que queriam ler mais artigos sobre festivais tradicionais, por isso concentrámos a produção de artigos de Janeiro e Fevereiro nesse tema. O artigo mais recente, publicado como sempre no nosso parceiro JapanTravel, apresenta um “matsuri” muito especial: o Sumiyoshi de Osaka.

Clique neste link para ler o artigo completo.

Já leu os nossos guias mais recentes?

Publicamos regularmente guias para viajar no Japão, os quais estão acessíveis gratuitamente através do nosso parceiro: o site Japantravel. Os guias mais recentes são sobre festivais dedicados à arte e têm em comum o facto de estarem ligados ao cultivo do arroz. Há tantas experiências fabulosas à sua espera no Japão! Se quiser saber mais contacte-nos: umlongoveraonojapao@gmail.com

Siga para a página do Japantravel para ler o guia “Campos de arroz como nunca os viu!”. 

Este guia irá dar-lhe toda a informação que precisa para visitar um lugar muito especial, onde se realiza uma forma de “landscape art” única. O Festival Inakadate Tambo Art é uma expressão extraordinária de como é possível desenhar com plantas vivas, atraindo assim visitantes nacionais e estrangeiros a uma pequena localidade rural.

Siga para a página Japantravel para ler o guia “Terrível ou Belo? Escolha o seu gigante de palha!”

Neste guia ficará a conhecer o Festival Wara Art, no qual se usa uma matéria-prima que é normalmente considerada um desperdício – a palha de arroz – para fabricar artesanalmente impressionantes mega-esculturas de animais, as quais ficam durante o Verão a adornar um parque em Niigata.

Depois de ler estes guias esperamos os seus comentários, que podem ser feitos na página do Japantravel ou para o nosso email.

Sobre o que é que gostaria de ler a seguir?

Explorar Tokyo sem explorar a carteira

Continuamos a publicar dicas de viagem!

Desta vez através do nosso parceiro: o site japantravel.

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Chegar a Tóquio é, para muitos, nada menos que a concretização de um sonho. Talvez alguns nem se atrevam a realizar esse sonho porque se assustam com os preços praticados no Japão. Sim, com efeito pode gastar-se facilmente o que se tem e o que não se tem por estas bandas… mas não tem obrigatoriamente de ser assim, especialmente se está disposto a fazer concessões.

Neste artigo vou dar-lhe recomendações para desfrutar de um dia em Tóquio tendo como critério manter os gastos no mínimo. Contudo, há uma coisa que não se compromete: a autenticidade da experiência!

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Leia o artigo completo AQUI.

Viajar com crianças no Japão

Nos dias 16 e 17 de Junho decorrerá na Alfândega do Porto a Open Mag, na qual estará presente a Revista Saber Viver, com a qual passámos a colaborar recentemente. Para além de estar já em preparação um artigo sobre o Japão, com preciosas dicas de viagem, e que será publicado nessa revista brevemente, pode também passar pela Alfândega no próximo mês para saber mais sobre o tema “Viajar com Crianças”.

Neste evento vamos aprofundar o tema, respondendo às suas questões e tratando outros assuntos, a partir dos tópicos apontados no documento que aqui fica disponível para consulta.

Siga o link para descarregar o PDF:

open-mag Viajar com Crianças

Apresentação em vídeo – parte 1:

 

 

Apresentação em vídeo – parte 2:

 

 

Apresentação em vídeo – parte 3:

 

Os conteúdos disponíveis nestes vídeos não representam a totalidade da informação disponível nos eventos de consultoria de viagem ao vivo, tal como é exemplo o evento que se realizará na Open Mag. Se deseja mais informações sobre consultoria de viagem para o destino Japão contacte a autora.

Colaboração com site Japantravel.com

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O site japantravel.com é um portal multilingue que concentra toda a informação sobre turismo no Japão, e não só! Também tem informação sobre experiências, actividades, festivais, gastronomia, galerias de fotos, etc. O portal tem ainda uma versão em língua portuguesa.

Ao contrário dos websites de agências governamentais ou autoridades regionais, que têm as suas próprias agendas, este site é feito por colaboradores independentes, preferencialmente residentes no Japão ou que já tenham aí estado, tanto japoneses como não-japoneses. Todos os artigos publicados passam por uma revisão e têm se ser suportados pela equipa editorial, constituída por profissionais.

A colaboração da autora do projecto cultural e pedagógico “Um longo Verão no Japão” com este site visa realizar traduções de artigos relevantes e também artigos originais em língua portuguesa, sobretudo pensados para melhorar a experiência do visitante português no Japão, com foco nos conteúdos de cultura, história e arte. Desse modo, apesar de ser uma iniciativa em nome individual, não está distante dos objectivos fundamentais deste projecto: aproximar os portugueses e os japoneses através do conhecimento mútuo, a partir da investigação na área do património cultural.

Os artigos são redigidos sem suporte de patrocinadores, ligação com instituições, sítios ou marcas que eventualmente nele sejam referidos (se o forem, reflectem apenas a impressão subjectiva do seu autor e não representam contrapartida alguma). Cada autor tem os seus próprios critérios para associar os seus artigos a outras áreas de criação  e actividade, embora os artigos publicados no japantravel.com em si mesmos sejam artigos não remunerados. Portanto os princípios do projecto cultural e pedagógico “Um longo Verão no Japão”, que sempre foi e será uma iniciativa sem fins lucrativos, estão igualmente em sintonia com esta nova colaboração.

Os dois primeiros artigos originais estão já disponíveis: uma apresentação da cidade de Kobe e de um itinerário para a visitar.

Também está disponível a tradução de um artigo original de Tomoko Kamishima, dedicado aos Jardins e Casa de Glover em Nagasaki, e que pode ler – agora em português –  aqui.

O papel das humanidades para o crescimento económico

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Os jovens recém licenciados no Japão também enfrentam problemas como estágios de escravatura, formações profissionais extras que nunca mais acabam, precariedade (no sentido em que os contratos já não são seguros e os primeiros anos de salário nem chegam para sair de casa dos pais), e claro, desemprego. Mas, nesse panorama, uma conclusão a que alguns japoneses e também estrangeiros residentes no Japão já chegaram foi o seguinte: o crescimento da economia não pode fazer-se enquanto continuarem a ignorar o campo das ciências sociais e humanas, o da arte e o da cultura.

Em Portugal ainda nem sequer se chegou a essa conclusão… Eu (e uns poucos) andamos a “pregar aos peixes”…

No Japão praticamente não há “tradição” de estudos artísticos de cariz humanista e filosófico, a antropologia é um “alien” e a filosofia é “exótica”. A nação que deu ao mundo pérolas de cultura como a Cerimónia do Chá e a poesia Haiku menosprezou a sua própria fonte de vida.

E por aqui, vamos repetir o mesmo erro?

Leiam este artigo no Japan Times que vale mesmo a pena.