

Ginza Onsen – uma pequena povoação na prefeitura de Yamagata – volta a implementar medidas restritivas para o acesso ao centro e às termas, como aliás já tinha feito no ano passado. Como se pode ler na notícia completa, publicada a 23 de Dezembro na plataforma TRAVEL AND WORLD TOUR, o acesso estará condicionado até ao final de Fevereiro de 2025.
Em 2024 o Japão recebeu mais de 33 milhões de visitantes estrangeiros, e as dinâmicas de circuito turístico tornaram-se monolíticas, ou seja, há superabundância em pontos específicos devido ao fenómeno de popularidade e viralidade de posts nas redes sociais, ao mesmo tempo que outros lugares (às vezes na mesma cidade) estão a enfrentar grandes dificuldades para se manterem em funcionamento devido à falta de visitantes.
Ginza Onsen passou a estar na mira dos “influencers” já há alguns anos, fazendo-se a sua promoção como um lugar com “vibes” Ghibli (estúdio de filmes de animação famosos em todo o mundo). Plataformas online passaram a destacar artigos, notícias e todo o tipo de posts com fotografias desta localidade, de forma a surfar a onda do algoritmo e o efeito bola-de-neve descontrolou-se. Ginza Onsen passou a ser apelidada de “segredo” ou “Japão escondido” – o que é marketing mas nunca foi verdade, já que é (era) uma das estâncias termais muito usadas pelos japoneses – e consequentemente tornou-se um pesadelo tentar descansar e colher os benefícios de saúde e repouso que umas férias nas termas supostamente trariam. Em vez de local de retiro, calma e recuperação da saúde, passou a ser cenário para “selfies”, “reels” e “tiktoks”.

As novas medidas visam evitar desgraças, como as que sucederam recentemente, quando uma ambulância não conseguiu chegar em tempo útil ao centro, por causa dos congestionamentos de carros e pessoas no meio da via. Algumas das medidas são:
- Não entrar na vila Ginza Onsen depois das 20h; o acesso é realmente fechado e policiado; só são feitas exceções a quem já tem alojamento reservado para essa noite.
- Não entrar da parte da tarde, igualmente com controlo de circulação e policiamento, a menos que tenha reserva feita e confirmada numa das termas da vila, para utilização nessa tarde (ou alojamento confirmado nessa noite).
- Apesar de não ter sido anunciado como vão executar o controlo de circulação dentro da vida, está implícito que as pessoas que entrem de manhã sem qualquer tipo de reserva para termas ou alojamentos deverão sair ao início da tarde.
- O acesso de carro, táxi, autocarro de turismo ou outros veículos está totalmente interdito em Ginza Onsen, só pode chegar-se até ao parque de estacionamento a 2 km; o remanescente percurso de 2 km pode ser feito num shuttle bus que faz ligações contínuas entre o parque e o centro, e os diversos alojamentos e termas (não foi dada informação sobre o preço deste serviço).
- sem sobreaviso podem ser implementadas medidas como aquelas que já estiveram em vigor no Inverno do ano passado, nomeadamente o limite de acesso de 100 pessoas por dia.
- As caminhadas fora do centro, nomeadamente os trilhos pela floresta (rota marcada), e que são igualmente famosos nas redes sociais, e também o acesso às minas (classificadas hoje em dia como património histórico), estão totalmente encerrados ao público geral durante o Inverno; só são feitas exceções a tours organizados com guia local e pré-aprovados pelas autoridades locais de Ginza Onsen ou para os residentes locais.