Ganhe um exemplar do livro “Hikari”

“À Conversa com…” é uma série de conversas entre Inês Matos e outras pessoas que, no Japão ou em Portugal, têm desenvolvido um trabalho relevante nas áreas de Arte, Turismo, Ensino ou Cultura.

No vídeo de hoje: Pedro Medeiros, fotógrafo.

Conversámos sobre a exposição (e livro) “Hikari”, um trabalho que o Pedro desenvolveu durante o tempo que morou no Japão.

Se quiser receber em casa este livro, por favor submeta este formulário devidamente preenchido: https://forms.gle/euRrgHH3ijc1YRyu8

Se não conseguir aceder ao formulário, solicite acesso alternativo, por email: umlongoveraonojapao@gmail.com

Por favor note que não podemos receber inscrições de nenhum outro modo, só mesmo através deste formulário.

Networking: evento de Dezembro

À semelhança do que fizémos no mês anterior, também em Dezembro se realizou um evento de networking online, e também neste caso tivémos três oradores convidados. Dois deles, o João Maia e a Luisa Yokochi, permitiram a gravação das suas apresentações para registo público. Caso suscitem interesse, e se os quiserem contactar directamente para estabelecer colaboração, deverão consultar o campo de descrição de cada um dos vídeos no Youtube, onde encontrarão todos os links úteis.

Para além da apresentação desses convidados, também podem ver em baixo o vídeo sobre o financiamento a projectos culturais, que foi gravado para dar resposta a algumas das questões que nos fizeram durante o webinar e também à posteriori.

Estação da sakura

“Sakura Season” é uma expressão que os japoneses usam (sempre escolhendo a versão em inglês, mesmo conversando entre si) para falar do curto período de 8 a 10 dias em que as árvores de Sakura estão em floração. Depois de floridas, as pétalas delicadas das flores começam logo a esvoaçar, espalhando-se por ruas, canais e cabeleiras. Em menos de duas semanas tudo passou, e a energia contagiante que esta “season” trouxe dá lugar a uma agradável Primavera.

 A “Sakura Season” não é uma estação do ano, é um evento natural, cultural e muito especificamente japonês. Tardes soalheiras a beber álcool com os amigos sob os ramos das cerejeiras passa a ser um comportamento aceitável, bem como ir fazer piqueniques à noite para um parque público. Famílias inteiras ou grupos de amigos vão de propósito a certo castelo ou rio para isto. Não se trata apenas de apreciar o cenário, mas sim de fazer parte dele, manifestando com ruído, risos e espontaneidade a mesma energia primaveril dos rebentos floridos. 

A melhor maneira de desfrutar do ambiente único que se vive durante o período de floração das Sakura é, em primeiro lugar, saber exactamente onde ir e quando ir para as apreciar (já que o fenómeno é passageiro e não é uniforme), e fazer um plano de viagem que inclui esses lugares em conjunto com outras atrações, como por exemplo castelos ou ryokans. Mas também é importante fugir das multidões e “escapar” para uma experiência mais autêntica, se possível com um grupo de amigos japoneses.

Nas ruas do Japão, já pintadas de rosa, anuncia-se a chegada da Primavera, e as Sakura só vão durar mais alguns dias. É portanto a época ideal para pensar em planear connosco a sua viagem ao Japão na “Sakura Season” de 2020!

Uma experiência diferente…

Desde 2013 que ajudamos portugueses a conhecer o Japão e japoneses a conhecer Portugal, mas este ano realizámos pela primeira vez uma viagem em parceria com duas agências portuguesas: a Landescape e a WeGoAdventures.

Em resultado dessa parceria, proporcionámos a um grupo de viajantes portugueses uma série de experiências de turismo imersivo, ao longo de duas semanas.

Aqui ficam alguns dos registos fotográficos.

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Os rostos e os rastos que (n)os ligam

A grande-história e a pequena-história têm formas muito interessante de se relacionarem, e muitas vezes é um singelo “fio” que puxa pela meada, até percebermos quantas pessoas e lugares diferentes estão envolvidos. Este será por isso um post invulgarmente longo, e também invulgarmente pessoal, feito de gratidão e de maravilhamento. Pois, também na produção da ciência (conhecimento) há a felicidade, de vez em quando, de sentir em primeira mão essa conexão entre as vontades de pessoas espantosas.

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Num dos nossos Clubes de Leituras do Oriente (o de Novembro de 2017, que podem revisitar aqui) tratámos o livro “O Samurai”, de Shusaku Endo. A obra foi escolhida depois de, numa edição anterior do Clube, termos trabalhado o livro “Silêncio”, que foi escrito antes de “O Samurai” e que, apesar de ficar famoso em Portugal depois do filme, continua pouco compreendido no geral. No livro “O Samurai”, a personagem principal é modelada a partir dos eventos da vida de uma personagem histórica real: Hasekura Tsunenaga. Este vassalo do Senhor Feudal Date Masamune (o daimyou de Sendai) e toda a sua comitiva estiveram efectivamente envolvidos numa daquelas viagens épicas da história da humanidade. E, ao prepararmos os conteúdos para essa sessão, um outro livro e um outro conjunto de pessoas veio ao encontro deste Projecto Cultural e Pedagógico também. O que é espantoso, e ainda mais por ser autêntico e actual, é que esse conjunto de pessoas são indivíduos de hoje, numa terra a umas meras 5 horas de carro, e que são directa e geneticamente relacionados com os eventos que inspiraram Sgusaku Endo a escrever “O Samurai”. Aliás, se o escritor tivesse tido disto conhecimento creio que teria escrito mais um livro…

Quando a “Embaixada Keichou” finalmente chegou a terras de Espanha (para se informar da viagem completa consulte aqui) , em Outubro de 1614, foi numa pequena povoação chamada Coria del Rio que estacionaram durante alguns dias, antes de uma entrada formal na cidade de Sevilha. E é precisamente em Coria del Rio que, nos anos 80 do século XX, começa a tomar forma um movimento de associativismo cívico – primeiro muito informal e depois com cada vez mais apoios do município, entre todos os habitantes que têm no seu nome de família o apelido “Japón”. Sim, com efeito a pequena localidade que dava entrada aos meandros do rio (via obrigatória para chegar a Sevilha), desenvolveu-se durante 400 anos sem perder a ligação àquela comitiva: os seus descendentes sempre mantiveram o sobrenome “Japón”.

A Associação que entretanto de formou estima que existam mais de 1000 pessoas com “Japón” até ao 3º nível de parentesco, e existem registadas mais de 500 com “Japón” em nome próprio ou num dos pais. A abundância de pessoas que têm “Japón” da parte do pai e também da parte da mãe comprova ainda mais o facto de, em Coria del Rio, existir uma circunstância peculiar de ascendência japonesa que se foi mantendo. Do ponto de vista da identidade cultural dos habitantes de Coria del Rio isso também é notório, desde já porque a sede de governo local tem a bandeira do Japão hasteada, e também porque há muitos outros marcadores do espaço público e eventos culturais que remetem para o Japão. Mas tudo isto foi um processo, longo aliás, já que dura há pelo menos 30 anos de forma organizada. E, mais recentemente, em 2014, foi realizado um projecto artístico, focado na fotografia/retrato, para documentar todas as pessoas com o apelido “Japón”.

Essa exposição fotográfica poderia ter ficado apenas em Coria del Rio, ou quanto muito ter chegado em forma de relato ao Japão, já que há muitos japoneses que visitam a localidade espanhola devido a esta história que os liga. Mas, também neste caso, a sinergia não cessou. A energia desta viagem épica do século XVII ainda se sente no modo como os encontros se multiplicam e as iniciativas se sucedem.

Na bela cidade alentejana de Vila Viçosa pode também sentir-se o impacto da passagem de uma embaixada japonesa daquele período histórico, que aliás precedeu a de Kenchou a Espanha. No caso da Embaixada Tenshou – a que passou por Portugal – as circunstâncias foram muito diferentes, e não houve lugar a descendência que se saiba. Contudo, tal como no caso de Coria del Rio, estas embaixadas tiveram um grande impacto e deixaram vestígios documentais que, já no século XX/XXI, vieram a ser “redescobertos” por intelectuais interessados e de visão larga. Assim, os livros produzidos, habilmente redigidos e divulgados junto da população em geral, permitem aos leitores de hoje, e sobretudo aos habitantes destas localidades, ter uma impressão directa do papel que o lugar onde vivem representou na chamada “Primeira Globalização”.

A exposição de fotografias de Coria del Rio chegou ontem a Vila Viçosa, e foi inaugurada com um evento muitíssimo bem organizado e extraordinariamente relevante nas relações entre a Península Ibérica e o Japão. A pequena sala de rés-do-chão do Cine-Teatro Florbela Espanca em Vila Viçosa foi efectivamente o lugar onde se realizou o evento cultural, pedagógico e académico mais significativo do último ano no que diz respeito às relações de diplomacia informal ibero-nipónicas, embora a humildade dos seus protagonistas e a singeleza dos seus organizadores tenham possivelmente distraído o público desse facto.

 

A Exposição “El r@stro del samurái” poderá visitar-se todos os dias da semana e do fim-de-semana, das 14h às 18h, gratuitamente. O catálogo da exposição está também disponível para venda, tendo o PVP de 15 euros, e os fundos revertem para a Associação de habitantes de Coria del Rio com o sobrenome Japón, sendo esses fundos actualmente usados para financiar investigação e promover eventos de interculturalidade.

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Tiago Salgueiro, autor do livro “Do Japão para o Alentejo”, sobre a passagem da Embaixada Tenshou por Vila Viçosa, aqui a apresentar a documentação do arquivo da Fundação Casa de Bragança.

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Professor Doutor Juan Manuel Suárez Japón, membro de grande relevo na Associação Hasekura, aqui a apresentar as circunstâncias únicas de Coria del Rio no que diz respeito à sua relação com o Japão e os japoneses. Com efeito, devido às publicações desta Associação, as quais têm sido feitas em modo bilingue (também japonês), verificou-se um aumento do fluxo de visitantes japoneses, algo que estreitou significativamente as relações internacionais da localidade e trouxe grande satisfação aos “japónes” de Coria.

Convidamos todos os seguidores deste blog a conhecer esta exposição e também a realizar a visita ao Paço Ducal de Vila Viçosa, seguindo os passos da embaixada japonesa que o visitou há quase meio milénio. O estabelecimento de uma geminação entre o município de Coria del Rio e o de Vila Viçosa fazem prever um futuro brilhante para a cooperação entre estas duas localidades no que diz respeito à gestão do património cultural relacionado com o Japão – que é o factor que mais as aproxima – pelo que as relações ibero-nipónicas podem ter aqui um novo fôlego. Nós esperamos que sim, e teremos muito gosto em documentar as próximas iniciativas!

(Para efeitos jornalísticos, se desejar aceder a mais fotos e vídeos deste evento, queira por favor contactar umlongoveraonojapao@gmail.com)

 

 

Komorebi

Arashiyama - Kyoto - photo by Ines Matos (C)

O bosque de bambu em Arashiyama, Kyoto.

Foto original de Inês Carvalho Matos. Todos os direitos reservados. 

 

No próximo sábado, 6 de Outubro, às 18:30h, inauguramos uma pequena mostra fotográfica no Atlas Hostel Leiria.

Este espaço de alojamento e cultura convidou-nos a enriquecer a decoração do bar e salas comuns com fotografias do Japão, convite esse que aceitámos com muito gosto.

A exposição, intitulada “Komorebi”, consiste num conjunto de instantâneos sem edição/pós-produção, e propõe regressar à experiência original da viagem: a curiosidade.

Komorebi, que também é o título de uma das fotografias, é uma expressão japonesa com difícil correspondência para a língua portuguesa: o termo designa a impressão particular da luz do sol a ser filtrada pelas folhas das árvores, criando uma penumbra que renova os sentidos e por isso tem impacto tanto no corpo como na alma.

As fotografias estarão expostas durante, pelo menos, todo o mês de Outubro, mas apenas no sábado existirá oportunidade de conversar com a autora.

 

atlas hostel leiria mapa

 

 

 

Memórias de uma viagem…

A partir de 30 de Setembro, já na próxima sexta-feira, a Casa das Artes Bissaya Barreto recebe a exposição “Denrai: O Legado”, um conjunto de 16 fotografias que propõem uma reflexão sobre a relação entre Portugal e o Japão.

Desde já convido a conhecerem os lugares onde as fotografias foram recolhidas:

Mapa com a localização das 16 fotografias da exposição “Denrai: O Legado”.

Acesso alternativo:

https://drive.google.com/open?id=1TcI55PzLB3nMlZys9LICsqU7yjM&usp=sharing

Fotografias do Japão

Eu levo as imagens a sério. Não só porque a minha formação de base é história da arte, mas também porque tenho tido a sorte de expor as minhas próprias fotografias do Japão e até de publicar algumas. Por isso procuro sempre avisar alunos e outras pessoas com as quais o meu trabalho se cruze da necessidade de ter em conta os direitos dos autores e dos editores, sejam eles amadores ou profissionais. Todas as imagens, publicadas em redes sociais, sites, blogues ou qualquer outro suporte, existem porque uma pessoa as criou. Já tive alunos que, candidamente, usaram imagens que não eram suas em cartazes, em apresentações de vídeo que depois colocaram na internet, e isso não seria um problema se fossem imagens que se podiam de facto usar livremente. Mas lá porque uma imagem aparece no motor de busca do google isso não quer dizer que seja para qualquer um se apropriar sem sequer informar quem é o seu autor ou de onde foi buscá-la!

Para quem gosta da cultura japonesa ou simplesmente precisa de usar imagens sobre a mesma, recomendo duas maneiras de o fazerem. A primeira é usarem as opções de busca do próprio google, seleccionando não só as palavras associadas às imagens mas também que querem os resultados filtrados pela licença de “uso com alterações”. Deste modo irão obter muitas opções (conforme as palavras de pesquisa que introduziram) mas estará salvaguardado que não se apresentam as imagens que, devido aos direitos do seu autor, não podem mesmo usar-se ou partilhar-se sem pagar direitos. No exemplo em baixo mostro o processo de busca de uma imagem para o tema “Chanoyu” (Cerimónia do chá).

instruções busca de imagensAs imagens obtidas através deste método garantem a quem as usa que não está a cometer uma infracção legal, mas ainda assim é preciso saber como apresentar a autoria e a fonte. Na sua maioria são imagens que estão incluídas em artigos da Wikipédia, pois nesta usa-se o registo Creative Commons (CC), no qual uma imagem pode ser usada livremente desde que seja para propósitos pedagógicos e culturais sem fins lucrativos Por exemplo, tenha-se em conta a primeira imagem que me apareceu ao fazer esta busca. Ao clicar nessa imagem fico com uma versão isolada da mesma, ao lado da qual se surge a hipótese de abrir a imagem numa nova janela ou de ir para a página onde esta se encontra. Devem ir para a página onde a imagem está publicada para tentar perceber como podem indicar o autor e a fonte.

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De acordo com a descrição da imagem, trata-se de uma reprodução de uma pintura japonesa, a qual surge num livro. A pessoa que fez a digitalização da imagem para a introduzir na Wikipédia também está identificada, mas nem esta pessoa nem a Wikipédia detêm direitos sobre esta imagem. A imagem pode ser legendada “Reprodução de Pintura”, e nesse caso deve indicar-se a fonte ( Piccola enciclopedia del tè- Kitti Cha Sangmanee, Milano, 2001) o autor da pintura (Toshikata) e o local onde a mesma se encontra exposta ou guardada (Museu Victoria & Albert, Londres). Mas, para ser ainda mais correcto, quem usa a imagem deverá verificar se nem o autor nem a instituição que possui a obra original reclamam direitos também sobre as suas reproduções (o que não é raro).

Um outro método para encontrar imagens é servir-se de uma base de dados que já tem filtros seguros sobre os direitos de uso das mesmas. O site em baixo é um dos exemplos. Trata-se de um site intitulado “All free download” mas mesmo assim é preciso filtrar a pesquisa e ter em atenção que não se está a escolher uma imagens que foi colocada entre os resultados como forma de publicidade a outro site ou outro banco de dados. Na minha pesquisa usei apenas o termo “Japan”, e obtive imagens fabulosas. Ao seleccionar qualquer uma delas irá aparecer a informação do local, autor, data da fotografia, características técnicas da câmara, etc. Esses dados devem ser apresentados quando se faz uso de uma imagem, bem como o website, o termo de pesquisa e a data da consulta.

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No caso desta imagem (em cima), temos a indicação do autor com um link. Ao seguir esse link vamos para a página deste autor (ver em baixo) noutro site.

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Ficamos portanto a saber que o autor se chama David Mark, uma informação que não aparecia no site “All free download” mas que é importante para o creditar devidamente.

Aqui estão alguns dos resultados da pesquisa em http://all-free-download.com/free-photos/japan.html (sugestão: vão ao site ver as especificações e treinar a busca de informação para creditar os seus autores).

 

 

 

 

Vila do Bispo: Portugal à porta do Japão

A relação diplomática entre Portugal e o Japão tem muitas camadas. Seguramente existem os protocolos a nível nacional e os acordos políticos ratificados pelos respectivos governos, mas na verdade existe também uma fortíssima dimensão de relações internacionais mais “informais”, que tem o nome de “diplomacia pessoa-a-pessoa”. Um dos temas que me tem ocupado nos últimos anos é precisamente um modo de estabelecimento de relações para-diplomáticas (diplomáticas mas não só) entre as cidades geminadas. Os acordos de geminação não são o mais importante nesta questão, mas sim o modo como cada uma dessas geminações é um caso específico, com uma história própria e com relações mais ou menos fortes entre as pessoas e as instituições envolvidas.

Recentemente fui convidada para fazer consultoria para um projecto mesmo interessante – mas do qual não posso revelar muito por enquanto – que tem como espaço preferencial de execução um sítio muito especial em Portugal: Vila do Bispo. Para quem não sabe, Vila do Bispo é sede de município e está, desde 1993, geminada com Nishinoomote, a capital da ilha Tanegashima, que foi o primeiro ponto de contacto (oficialmente reconhecido) entre Portugal e o Japão, íamos então pelo ano de 1543.

Vila do Bispo está a um pulinho de Sagres e num ponto geográfico do país no qual se faz a transição entre a costa vicentina e a costa sul do Algarve propriamente dito (com a pressão turística e a descaracterização paisagística que se conhece). Para além disso, Vila do Bispo está bem dentro de um Parque Natural, o que de certo modo lhe dá condições privilegiadas para certas actividades, como por exemplo a observação de todo o tipo de animais, os percursos pedestres, os desportos de natureza e de mar, a apanha de marisco e peixe, etc.

Na minha opinião, e depois destes anos todos de contacto com Tanegashima e a sua população, parece-me que a geminação entre Vila do Bispo e Nishinoomote tem muito por onde se desenvolver! Vamos ver se conseguimos que o projecto que desenhámos se realize…

Entretanto deixo-vos algumas fotografias da minha última deslocação a Vila do Bispo (para uma reunião que tive na Câmara Municipal), incluindo a bela “Praça de Tanegashima” mesmo em frente à Câmara, e ainda o percurso do Castelejo. Evidentemente, aproveitei para fazer “reconhecimento”, que é na prática andar o mais possível por um lugar, experimentar tudo o que tem para oferecer e falar com as pessoas, para fazer um diagnóstico das suas potenciais linhas de desenvolvimento com um parceiro específico, que neste caso é a vila japonesa com a qual está geminada.

Nota: estas fotografias são da autoria de Inês Carvalho Matos; não podem ser usadas no todo ou em parte, com ou sem modificação, em nenhum tipo de suporte físico ou virtual, sem que sejam negociados com a autora os direitos de cedência das imagens.