Das tintas ao papel

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A pintura sumi-e levou-nos a explorar mais o mundo dos pincéis, das tintas e do papel. Por isso planeamos vir a fazer um workshop muito especial dedicado à produção do próprio papel a partir dos seus elementos essenciais: fibras e água. Teremos o apoio do Jorge Valente, do Centro de Artes do Papel, que nos vai guiar numa tarde de genuína criação.

(todas as fotos pertencem a Centro de Artes do Papel)

Este workshop está também disponível para o público geral e portanto não é exclusivo para os nossos alunos de sumi-e, mas naturalmente apenas até preencher a totalidade das vagas disponíveis. Solicitamos a inscrição por email, do modo habitual, ficando a inscrição registada após comprovativo de pagamento. (Para saber a referência de pagamento por favor envie email para umlongoveraonojapao@gmail.com)

 

 

 

Novos workshops de Sumi-e!

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As nossas sessões práticas de Sumi-e são coordenado por Paula Walker, artista plástica e professora de artes que tem desenvolvido nos últimos anos o seu caminho pelo sumi-e e amavelmente vem partilhá-lo connosco.

Retomamos as nossas sessões em Fevereiro de 2018,
inscreva-se através de

umlongoveraonojapao@gmail.com

De 2 de Fevereiro a 23 de Março,
semanalmente às sextas-feiras entre as 18:30h e as 20:30h.

(Para saber a morada e ver o mapa do local onde temos as nossas aulas por favor consulte os posts anteriores neste blog.)

Inscrições até 26 de Janeiro ou até que se esgotem as vagas.

Programa temático detalhado deste módulo de Sumi-e:

Dia 2 de Fevereiro
Exercícios com animais: peixes e peixinhos dourados

Dia 9 de Fevereiro
Exercícios com animais: galo

Dia 16 de Fevereiro
Exercícios com árvores:pinheiro

Dia 23 de Fevereiro
Exercícios com os Honoráveis Cavalheiros: bambu em paisagem noturna

Dia 2 de Março
Exercícios com os Honoráveis Cavalheiros: orquídeas e caracol

Dia 9 de Março
Exercícios com flores: camélias e papoilas

Dia 16 de Março
Exercícios com flores: íris

Dia 23 de Março
Exercícios com paisagens: colinas e ervas

Formação no Verão

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A Chronospaper é uma loja e atelier especializado em papel, arte com papel e restauro de livros antigos. Localiza-se na Baixa de Coimbra, Praça do Comércio. Agradecemos à simpática família Chronospaper a amabilidade de nos receber e aceitar a proposta de realização desta formação. A si, que está curioso sobre sumi-e ou simplesmente adora tudo o que é arte oriental, aproveite para passar um bocado à volta das tintas!

 

Um sotão cheio de artistas!

No dia 3 de Fevereiro decorreu a primeira sessão do curso “Fundamentos de Sumi-e”, ministrado pela artista plástica e professora Paula Walker. Com um pouco de nervosismo mas muito entusiasmo, os alunos que nunca tinham desenhado a tinta-da-China nem tinham experiência prévia em artes, debruçaram-se sobre o tema do bambu – com muito bons resultados como se pode ver!

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As próximas sessões deste curso serão no dia 10 de Fevereiro (orquídea), 17 de Março (ameixeira) e 24 de Março (crisântemo).

Cartão-postal de Sumi-e

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Este ano, porque não enviar um cartão-postal de boas festas que é também uma obra de arte?

Cada um destes cartões foi desenhado à mão, com tinta-da-China e seguindo a técnica de pintura tradicional japonesa Sumi-e. Os cartões têm ainda uma inscrição em japonês e em português que é sempre um provérbio ou um poema breve. Cada uma destas obras é única e expressa o carinho que tem pelos seus amigos e familiares.

Consulte o Catálogo e envie a sua encomenda para paulawalker.art@gmail.com

Pode fazer o levantamento da sua obra de Sumi-e no Mercado de Natal da Casa das Artes Bissaya Barreto, em Coimbra, no dia 10 de Dezembro.

Colóquio Internacional

Amanhã, em Lisboa, vai realizar-se o primeiro Colóquio Internacional de Estudos Japoneses em Portugal dedicado especificamente à relação entre a Era dos Descobrimentos e as problemáticas da Globalização. O acesso a este colóquio é totalmente livre e gratuito, e não se limita a alunos da instituição de ensino no qual o mesmo se realiza. Noto ainda que estarão presentes, pela primeira vez em Portugal, nomes muito relevantes no panorama académico japonês.

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Para aceder ao cartaz em PDF: Cartaz_CrossroadsCulturesFirms

Quanto à minha comunicação, agendada para as 15.30h, revelo aqui no blog o seu resumo.

Challenges in Identity and Territory:

from the visual culture of memory to the status of “heritage”

Key Words: Identity, Territory, History, Religion, Tourism

Core concepts in Western Philosophy such as Identity, Memory and History have never been considered to suit phenomena taking part in Japan as much as Japanese ideas about living treasures, reconstructing monuments and non-linear time have been scarcely used in arguments about European or even American culture. However, as the logics of cultural management and territory planning took a turn to a more global frame – the so called “glocal” issue – the need to reflect upon new problems made scholars and professionals seek out-of-the-ordinary schemata, questioning frontiers between disciplines and academic traditions. Fields of research that used to be very far from each other, anthropology and art history in one hand, international relations and politics in the other, found themselves face to face in more than one particular type of “heritage”. The visual culture of both places and people got intertwined with tourism practices to the point of being necessary to discuss what the commodity is and what is the identity, not neglecting the ability to “imagine” a community but going beyond that: finding strategies to develop low-populated regions, deal with aging, keep the pace in security challenges, take a grasp on religious narratives and crate a safe environment for native or foreign minorities.

Fotografias do Workshop de SHODO

No dia 1 de Julho realizou-se na Casa das Artes da Fundação Bissaya Barreto o primeiro Workshop de SHODO do projeto cultural e pedagógico “Um longo Verão no Japão”, o qual foi dirigido pelo Professor Tatsuya Kanda, convidado especial que nos visitou em representação da Fundação MOA. Estas são as fotos desse evento. Esperamos poder repetir a experiência, visto que este workshop esgotou muito rapidamente e ainda havia mais pessoas interessadas em participar. Recordamos que os interessados deverão escrever email para umlongoveraonojapao@gmail.com pois assim que tivermos 5 pessoas já podemos planear uma nova atividade, não só no âmbito da caligrafia mas também noutras artes tradicionais do Japão.

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Uma exposição para visitar até ao final do mês

Até ao final deste mês a casa-museu Guerra Junqueiro (no Porto) recebe a exposição “Apelo à Paz”, que se define como uma “exposição de arte contemporânea” entre Portugal e o Japão.

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Este projecto criativo começou no Japão, tendo o Museu da Paz de Nagasaki (localizado perto do epicentro do bombardeamento nuclear) proposto à cidade do Porto – cidade geminada com Nagasaki – uma colaboração de artistas com o tema da Paz, e mais exactamente com o objectivo de despertar consciências para a importância de não voltar a ocorrer uma guerra mundial. A artista plástica Mami Higuchi e a Matriz – Associação de Gravura do Porto aliaram-se então a Sanae Yamamoto (em Nagasaki) para tornar este projecto possível, tendo daí resultado uma exposição que já esteve em Nagasaki durante o Verão e que está agora em Portugal graças ao apoio da Dra. Ana Clara, directora da Casa-Museu Guerra Junqueiro.

Para um pequeno vídeo sobre a inauguração desta exposição no Porto veja aqui.

Em seguida vou apresentar a minha impressão da exposição, que é naturalmente muito subjectiva e limitada, mas – espero – servirá de motivação para uma visita vossa e consequentemente poderão formar uma opinião própria sobre os trabalhos expostos.

O primeiro trabalho que se nos apresenta é uma gravura belíssima de Mami Higuchi, acompanhado por um texto igualmente surpreendente, pois é muito pessoal e profundo. Nele, a autora escreve sobre as “linhas de fronteira entre os países”, um tópico sobre o qual, sobretudo desde a Primavera deste ano, é particularmente importante reflectir. Não pude deixar de notar que os textos dos artistas japoneses eram mais directos ao tema da exposição, possivelmente porque a reflexão sobre o sofrimento, a destruição e a guerra é um trabalho de longo curso na sociedade japonesa. Tomiyuki Sakuta, um dos artistas expostos, reflecte sobre qual será o papel da arte e dos artistas no projecto de “reconhecer” a validade do argumento de “muitas religiões, ideias, e costumes diferentes”, e desse modo – através do encontro e não do conflito – alcançar a paz.

Existem efectivamente alguns equívocos na museografia, que infelizmente acontecem mesmo nas exposições mais bem planeadas, mas convido-vos a não ficarem muito irritados com eles (eu não me posso exigir isso, sendo historiadora de arte e tendo trabalhado em museus já se torna um “defeito” profissional): por exemplo a obra de Ryuta Endo tem o título escrito à mão pelo próprio autor e é “Evanescence” (o próprio escreveu em inglês), mas na legenda desta obra o título indicado é “Transforming”; alguns textos estão apresentados em inglês sem o original em japonês, uma pena, sobretudo quando uma pessoa que já tenha alguma experiência em tradução consegue logo ver que houve lapsos na tradução e por isso seria útil ter o original disponível; também há uma obra que deveria imperativamente estar iluminada (é uma espécie de candeeiro de papel e a luz é uma parte desse trabalho escultórico) e não está, etc…

Causou-me forte impacto a obra (um par delas na verdade) de Kazushige Hamamoto: “Where 1” e “Where 2”, designados “painel acrílico”. São formas estanques, com cores definidas e fronteiras claras, mas encaixadas numa justaposição apertada, orgânicas, com um efeito de complementaridade. Para lá da coexistência parece haver interdependência. Será a expressão da relação – pelo menos em potencial – entre os indivíduos? Entre mundos que se disponham ao encontro?

Esta exposição tem muito que apreciar em pouco espaço, se for com um grupo (ou estiver um grupo lá dentro) deixe passar as pessoas até não estarem mais do que três na sala. As obras precisam de ser vistas de longe e de perto, e devido à própria casa-museu acabaram por ficar demasiado perto umas das outras. Nada de incontornável contudo, leve o seu tempo. Por exemplo, na obra “árvore dos desejos”, que simula a decoração do festival Tanabata, há muitos “desejos” para ler. E se fosse escrever um desejo seu, qual seria?

Confesso que fiquei um pouco desiludida com as obras portuguesas, no geral, pois não me pareceram tecer reflexões tão sentidas sobre o tema da exposição. Não é um julgamento estético, mas antes ético. Pareceu-me um desperdício de oportunidade… No entanto destaco positivamente a obra de Hugo de Almeida Pinho. Trata-se da projecção de 81 slides de 35mm, cada um deles com uma foto de pormenor, na qual o “sujeito” é sempre um buraco. Buracos pequenos ou grandes (não sabemos, não há escala), fissuras, rasgões, vestígios de pancadas, incúria, velhice, desastre, passagens de ar e de luz. Espaço onde deveria haver um muro, uma parede ou outra barreira. O autor escreve que se trata de “uma documentação fotográfica (…) sobretudo na zona da cidade do Porto: Bonfim, Campanhã, Freixo”. A ideia da “visibilidade reduzida a um ponto” e a do “lugar de invasão e de evasão” ficam extremamente bem enquadrados nesta exposição, aliás, a obra do artista português sai enriquecida do facto de estar posicionada na parede oposta à de Mana Aki, sobre papel japonês e a sua tradição de “dividir espaços, controlar a luz e purificar o ar”.

A exposição tem ainda mais dois espaços, inconvenientemente separados do primeiro por serem num outro piso e na ala oposta do edifício, o que pode talvez fazer parecer que é uma parte menor da exposição para o visitante distraído. Mas não é, com efeito esta segunda secção trata de dois dos temas mais relevantes em toda a questão da comemoração do final da Segunda Guerra Mundial e da maneira como Nagasaki lida com isso.

Uma sala expõe desenhos de crianças de escolas primárias portuguesas e outras de escolas primárias japonesas. Não são dados pormenores sobre como o tema foi introduzido a estas crianças mas vemos no resultado final – as suas obras de arte – que a impressão é profundamente pessoal. Além do interesse evidente da arte infantil também é notório que estas crianças desenharam especificamente sobre o tema do bombardeamento, ou – por oposição – do sonho da paz e do fim absoluto das guerras, no que deve ter sido uma experiência educativa (e cívica)  muito relevante das suas vidas.

A outra sala exibe um filme com menos de 10 minutos que eu, devido ao meu tema de investigação e na sequência do documentário que criei para a exposição “Património de Cristianismo no Japão” (em Dezembro de 2014) só posso classificar de MUITO BOM! Este filme mostra com a dose certa de razão e de emoção qual é o equilíbrio delicado de significados (para a população de Nagasaki) entre uma bomba atómica e a história do cristianismo; mostra o que é e como se fundamenta a atitude de Nagasaki em relação à sua história, o modo como investiu em movimentos de paz e de negação do poder nuclear (recordo que o presidente da Câmara Municipal de Nagasaki teve a “ousadia” de falar pública e directamente ao Primeiro Ministro sobre a sua posição e a posição de Nagasaki em relação à reactivação da energia nuclear e das centrais nucleares, posição essa que é um redondo “não”).

A exposição é de entrada livre e convido realmente a visitarem a desfrutarem desta oportunidade para, em conjunto com a arte, reflectirem sobre essas ideias difíceis mas que não podem ser ignoradas: a guerra, o conflito, a destruição e a morte. No fundo, a preciosidade da Paz sai realçada quando pensamos nisto.

Inês Carvalho Matos

Cultura & História + Artes & Ofícios – compilação mês de Setembro

Aos domingos, a partir de Setembro, publicam-se pequenos artigos sobre arte, cultura e história do Japão, exclusivos da página de Facebook e do blog, criados por Inês C. Matos (historiadora de arte). No final do mês os artigos são apresentados no blog, em formato de compilação, mas sem os links para vídeos e outros conteúdos audiovisuais (para os ver visite o Facebook de “Um longo Verão no Japão”).

6.9.2015

“Tansu” é uma tipologia de mobiliário específico do Japão. A região mais famosa pela sua produção é Sendai, pelo que por vezes se chama a esses objectos Sendai-Tansu. O “tansu” começou a ser produzido na era Genroku (1688–1704) e, quando comparamos essa cronologia com os eventos do período imediatamente anterior, podemos ver que o estilo deste móvel assemelha-se um pouco aos móveis designados “contadores” que enriquecem as colecções de arte asiática dos museus portugueses.

Tal como o “contador”, que está tão ligado às condições de vida itinerantes (tem pegas, gavetas secretas para a contabilidade dos mercadores, não tem pregos nem ferros por dentro para se adaptar aos climas húmidos e viagens de barco, etc), o “tansu” também tem múltiplas gavetas, pegas laterais, a sua forma compacta e resistente é a de uma caixa, e o material predominante é a madeira. Os primeiros “tansu” assemelhavam-se muito a arcas europeias, com uma ferragem pesada e grande que fechava a tampa da arca, com um tampo plano e com uma forma baixa e larga (ainda sem muitas gavetas). Alguns tinham rodas, como os Nagamochi Kuruma, sendo esta a tipologia que mais se relaciona com a presença dos europeus no sul do Japão uma vez que os Nagamochi Kuruma foram registados como parte do inventário dos bens que existiam em Dejima (uma ilha artificial na costa de Nagasaki, criada para residência dos portugueses e, depois destes abandonarem o Japão, usada para residência dos Holandeses).

Ao longo de período Edo os “tansu” foram refinando o seu estilo, tendo-se tornado mais decorativos no período Meiji – precisamente porque as leis que restringiam a posse de bens sumptuosos foram afrouxadas.

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13.09.2015

“Kokeshi” é o nome pelo qual são conhecidas as peças de artesanato japonês que se parecem com pequenas bonecas de madeira. Na verdade as “kokeshi” não são realmente bonecas, pois não têm braços nem pernas. Trata-se apenas de um cilindro de madeira (por vezes oco) e uma bola como cabeça. A simplicidade da forma e da decoração destas bonecas fez delas um dos encantos do Japão, amadas tanto por japoneses como por turistas.

As “kokeshi” começaram a ser produzidas entre 1600 e 1700 na prefeitura de Miyagi, e supôe-se que a sua associação às termas (onzen) perto de Zaoo se deu quando começaram a vender-se como um “souvenir” regional. A sua popularidade cresceu a partir do final do século XVIII, precisamente devido ao hábito de visitar termas e trazer pequenas peças de arte dos artesãos locais. O aspecto adorável das “kokeshi” veio corresponder à imagem idealizada de uma eterna criança, à memória de ter prazer e divertimento sem culpa, e enfim ao edonismo da sociedade da época.

No entanto o mais provável é que as “kokeshi”, tal como muitos outros objectos de madeira com forma humana (no Japão e noutras culturas) tenha começado por ser um objecto com funções psico-mágicas, associada ao espírito de uma menina desejada ou falecida. A sua pintura floral e as características esteriotipadas da pintura facial parecem sugerir que não representa realmente um ser humano nem uma “boneca” (no sentido de ser um brinquedo) mas sim um objecto simbólico.

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20.09.2015

Hoje vamos conhecer uma técnica artística japonesa chamada Kintsugi. Kintsugi é ao mesmo tempo uma forma de arte e uma estratégia para remendar cerâmica partida. Quando uma peça de cerâmica se partia era hábito usar grampos de metal para voltar a juntar os pedaços, um pouco como funcionam os clips de hoje em dia nas folhas de papel. Contudo no Japão existia também uma substância proveniente da resina de uma árvore que, para além da laca, permitia fabricar uma cola resistente. Assim, começaram a reconstruir as tigelas, potes, vasos e pratos de cerâmica partidos com esta cola resinosa. A cola em si é eficiente, e também resistente à água, mas a peça não parecia finalizada. Então seguiu-se a prática de soprar pó de ouro sobre a substância resinosa (como se fazia na decoração de caixas lacadas), cobrindo assim os riscos entre as partes coladas.

Ao enfatizar a zona onde se deu a ruptura da peça e tornar o “defeito” num ornamento, a peça ganha outro aspecto. A marca de ter sido quebrada não é escondida, em vez disso torna-se num padrão de linhas de ouro, o que dá mais valor ao objecto tanto estética como materialmente. Não temos exactamente a certeza quando é que o Kintsugi começou a fazer-se no Japão mas sabemos que no século XVI já era reconhecida pelos Japoneses como uma técnica específica do seu território, profundamente ligada à estética do budismo zen e a princípios fundamentais da filosofia nipónica tais como “wabi-sabi”.

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27.09.2015 (antecipação)

Aos domingos é tempo para um post sobre arte, cultura e história do Japão.

Tive a sorte de ver uma conferência de Christoffer Bovbjerg no ano passado, logo depois de ele ter concluído o seu doutoramento e fiquei a admirar este especialista de estudos japoneses pela sua abordagem em relação à história do Japão e, de modo geral, pela sua atitude como académico. Recentemente descobri que uma das suas conferências (ainda anterior à que eu vi) está integralmente no youtube. Para quem deseja dedicar-se aos estudos japoneses é imperdivel! Nesta conferência ele fala dos períodos nos quais tradicionalmente se divide a história do Japão e o que caracteriza cada um deles. Mas, e aí está a vantagem, mantêm o espírito crítico em relação ao próprio modo de periodizar a história do Japão. É uma conferência muito interessante e com uma progressão rápida. Deve ter-se em consideração que está gravada sem legendas, em inglês, e infelizmente eu não tive tempo de a legendar para português, mas creio que está acessível a estudantes a partir do ensino superior pois a qualidade do som é boa a a dicção bastante clara.

https://www.youtube.com/watch?v=m0gDqnwJjMQ